o regresso ao passado tão presente

não foi pelo sol que só lisboa tem, mas também foi.
ou os morangos e a manga e outra fruta que não me lembro, comprados na frutaria ali do bairro
pela rapariga dos óculos novos
tão na moda.
não foi só pela esplanada do amigo de outras histórias
com crepes de espinafres roubados da rua
em budens, de um algarve tão fora de todo o algarve.
ou as tostas aconselhadas de frango ligeiramente picante e aqueles cogumelos com um molho onde o pão mergulhava como um puto feliz na piscina do município.
não foi só por o ricardo araujo pereira a ter chamado e afinal nem la ter estado para a receber,
e ter mandado outro, também simpático para se pendurar nos postes enquanto ela me passeava na alma.
e eu, e o seu amor. ou o pássaro, como ela lhe chama, de asas grandes, que escolheu agora pousar, termos ficado ao sol. os dois. com conversas nossas. com planos, e marcações, e histórias, e momentos tão nossos. que me encheram. que me compensaram uma neve que não chegou a cair. por parvoíces. fraquezas. dúvidas.
não foi só por isto. Porque isto eu consigo escrever. e depois de ler, isto não é nada, perante tudo o que fez tudo isto valer tanto a pena.

e quero voltar.
não por isto.
mas porque me prometeram um pão especial feito em casa numa máquina nova.
e porque um dia, um novo membro de 4 patas também vai ocupar o seu espaço.
e até lá nós ainda temos de ir aos açores.

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