ela voltou. cheia de samba.

ela é uma nuvenzinha de um vento quente quando o que apetece é estar sentada na areia a olhar o mar de novembro.
ela é o silêncio ao nosso lado enquanto se ouvem as ondas nas rochas ou as gargalhadas, as histórias, os sonhos, embrulhados nos pés descalços na areia.
ela é uma menina muito pequenina que apetece guardar na palma da mão e cobrir com uma bola de algodão. e proteger. mas também se transforma. e cresce. e as pernas se esticam e dança e salta como ninguém. e os braços se transformam em asas e sai a voar mais alto que os pássaros, os aviões. ou em barbatanas e mergulha no mar, nos rios, nos lagos, e agarra-se nas baleias, nos golfinhos, e segue-os atravessando os oceanos.
ela não é uma menina assim. como uma menina qualquer.
ela é uma bola de fogo e luz quando estás profundamente perdida na noite e no escuro e as pernas não se mexem de tanto medo e frio.
ela é aquela musica que te apetece ouvir e sair a dançar pelas ruas, quando acabou de chover e ainda sentes o cheiro a terra molhada.
ela é a aquele sorriso que te sai da boca. sincero. genuíno. automático. só porque ela aparece.
ela é a ventania que te arrasta as poeiras da alma. e do corpo e te faz levitar. no meio dos amigos. na vida.
ela é o descanso no sofá, depois de um dia de trabalho.
o abraço apertado quando não precisas de mais nada.
a casa.
o colo.
ela é o nosso silencio.
o nosso riso.

bendita concha que ela tem.
para onde vai de quando em quando.
sozinha.
refazer-se.
repor-se.

mesmo nessa altura
tudo o que ela nos deu
permanece.
e sabemos
que ela volta.

como eu gosto de ti. e que saudades tinha tuas. minha menina que é um doende que gosta de estar descalço á beira do lago.

Sem comentários: