que merda

que venha qualquer coisa que me atire para um lago gelado e me acorde o corpo
que a lenha arda á minha volta e me queime.
façam da minha cabeça um tambor de uma máquina de lavar roupa.
e liguem-na. e centrifuguem. no máximo.
enfiem-me num quarto escuro onde eu não suporte o medo e tirem-me um minuto antes de eu morrer.
atirem-me de uma ponte, presa a um elástico.
acordem-me a merda desta alma
façam-me o sangue circular nas veias.
deixem-me conseguir sentir o meu corpo.
abram-me os olhos.
deixem-me respirar.
e sentir.
que merda estes dias todos tão iguais.
tão iguais de tudo.
tão iguais de mim mesma.

2 comentários:

parraxita voadora disse...

acho que compreendo a tua dor,
a tua ansiedade,...

E se um dia tentasses deixar de pensar em ti e no passado e pensasses no presente?

E se fechasses o "cinema" dos teus trailers passados, das tuas emoções e sentimentos?

E se um dia tentasses o teu presente, sentir o teu "agora"?

Parece dificil? e se tentasses?...

banana disse...

E se um dia eu deixar de ser eu e tu deixares de ser tu? quem eramos?
continuavamos a gostar uma da outra da forma como gostamos? identificavamo-nos só com o olhar?
fazia sentido a partilha das nossas vidas?
E se eu conseguisse ser sempre feliz? E se eu apagasse o passado de que sou feita? E se.... E se... E se....

Não eramos nós.

Agora, amor, ao presente não falho. Nunca. Mesmo que esse presente não faça sentido a mais ninguem se não a mim.